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Nacional
Evelise Moutinho  com Fotos: João Cabral em 30 de Maio de 2010 às 19:29
Roberta Medina ainda não encontrou a sua «alma gémea»
Filha de Roberto Medina, mentor do projecto Rock in Rio, Roberta confessa que nem sempre foi fácil lidar com o peso do seu apelido.

Na altura em que o Rock in Rio regressa a Lisboa, com um cartaz para todos os gostos, a empresária, de 32 anos, abriu-nos as portas da Cidade do Rock, no Parque da Bela Vista, onde o evento decorre, e partilhou com a Lux o seu lado mais íntimo e pessoal.

Simpática e de sorriso fácil, Roberta Medina não esconde

que a família é o seu maior pilar e que se sente uma mulher

plena e realizada.

Lux ¿ Sente o peso do seu nome de família?

Roberta Medina ¿ Já senti mais. A fase mais complicada foi quando tinha 9, 10 anos, o meu tio era deputado federal e era uma época onde a Direita e a Esquerda estavam demasiado demarcadas e radicais. (...) O peso do nome Medina foi mais forte enquanto me sentia insegura e até encontrar a minha própria identidade. Hoje, lido melhor com isso, mas é engraçado que, até hoje, só assino Roberta.

Lux - E consegue perceber quando é que as pessoas se aproximam da Roberta ou da Roberta Medina?

R.M. - Completamente. Acho que estou muito bem treinada. O que ainda é difícil é quando procuro um relacionamento ou

uma amizade séria e isso dá muito trabalho. Tenho uma sensibilidade muito apurada mas é extremamente cansativo ter de estar sempre a pensar porque é que aquela pessoa

se está a aproximar de mim. É claro que há situações que são

tão gritantes e ridículas que até me divirto. Até porque acho que a vida é uma troca e eu aprendi a minimizar o desconforto vendo a situação por esse prisma.



Lux - E numa relação amorosa essa situação é ainda mais complicada, não?

R.M. - Sim, porque uma pessoa sente-se muito mais exposta

e acaba por ser uma situação muito mais delicada. O complicado em tudo o que envolve a imagem, e isso engloba o seu apelido, o seu trabalho, etc., é que as pessoas podem iludir-se. E isso machuca muito! Na situação de uma pessoa que não é importante, é chato mas passa. Mas numa relação íntima é duro porque uma pessoa se sente muito exposta e

gera uma certa frustração. Alguém que me achava o máximo e, de repente, quando a relação entra na vida real não me acha mais... É complicado!

Lux - Já se iludiu e desiludiu muitas vezes?

R.M. - (risos) Sim, graças a Deus. Estamos aqui para isso e são grandes aprendizagens. Tenho a felicidade de já ter amado e a partir desse momento tudo é mais relativo.

Lux - E consegue colar bem os cacos quando uma relação corre

mal?

R.M. - Sim. Ficamos sempre com marcas mas acho que quem sofre mais são aqueles que nos são próximos porque têm de aturar os nossos traumas. Quem vem para mim traz os seus traumas e quem me recebe também. Não são traumas, mas sim antes, o passado de cada um de nós. Ninguém foi sempre 100% feliz!

Lux - Uma mulher com o seu poder intimida os homens?

R.M. - Dizem que sim mas espero que não! O que tenho

vindo a aprender é que há aqueles homens que não se intimidam. Eles existem! Há um perfil de homens capazes de encarar um «pacote» assim.

Lux - Ainda não encontrou nenhum que se encaixe nesse perfil?

R.M. - Felizmente, já encontrei alguns! As relações que terminaram também foram boas. Não sou muito de namorar à toa. «Ficar» sim. Para assumir uma relação e dedicar-me a uma pessoa tem mesmo de valer muito a pena, porque dá muito trabalho. Se não o melhor é «ficar», aproveitamos a parte boa e não ficamos com a ruim.

Lux - E sendo tão ligada à sua família, não se projecta nesse sonho?

R.M. - Nunca senti aquela coisa do chamado relógio biológico

e tenho amigas que desde pequenas queriam ser mães. Um

filho para mim é o resultado do encontro de dois e, no dia que encontrar alguém, olhar nos seus olhos e pensar que quero ter um «produto» desse amor, aí sim, faz sentido...

Lux - E como é que se imagina como mãe?

R.M. - Acho que vai ser muito bom, sou descontraída mas sei que vou saber impor limites também. Sei que vou ser carinhosa, gosto de cuidar. Aliás, quem ama cuida!
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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