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Nacional
Redação Lux em 7 de Outubro de 2010 às 16:15
António Feio homenageado em Cascais
O Teatro Experimental de Cascais (TEC) evocou ontem, quarta feira, António Feio com uma exposição de fotografias e da maqueta de Almada Negreiros do cenário da peça «O Mar», com que o ator se estreou na companhia aos 11 anos.

A evocação de António Feio realizou-se no Espaço Memória do TEC, onde foi descerrada uma placa com o seu nome e a data de estreia, 06 de maio de 1966, a convite do então e ainda diretor e encenador da companhia, Carlos Avilez.

É a primeira vez que a maqueta concebida pelo pintor, escritor, dramaturgo e ensaísta modernista (1893/1970) Almada Negreiros, um dos principais colaboradores da revista Orpheu, vai estar exposta ao público.

A cerimónia contou com a presença das duas filhas mais velhas de António Feio, Bárbara e Catarina. Ambas receberam do presidente da Câmara local, António Capucho, a Medalha de Mérito Cultural do Município de Cascais, outorgada a título póstumo a António Feio por o ator ali ter começado a carreira profissional.

A iniciativa estava prevista para 25 de agosto último, data de aniversário da mãe do ator, Ester Feio, atriz amadora que fez de figurante em «A Casa de Bernarda Alba», de Federico García Lorca, naquela companhia e com quem o ator começou a assistir aos ensaios e a gostar de teatro.

Contudo, a evocação foi adiada no próprio dia, uma vez que os filhos do ator não tinham sido convidados em tempo útil, disse na altura à Lusa Bárbara Feio, uma informação confirmada por João Vasco, adjunto do diretor do TEC.

Na altura, aquelas duas filhas e outra, Sara, contestaram a evocação do pai sem que qualquer dos descendentes diretos estivesse presente e consideraram ser ainda cedo para realizar aquela homenagem. António Feio falecera cerca de um mês antes.

Um «simples ato de amizade» para quem «ficará sempre como o eterno menino do pião» foi como Carlos Avilez, definiu, em agosto, a evocação da companhia ao «muito grande ator» e «ao homem de grande coragem que manteve sempre o sorriso de menino, mesmo na pior fase da doença».

«Nessa peça, [«O Mar», de Miguel Torga, estreada a 06 de maio de 1966 e que Feio interpretou a convite de Avilez], já ele demonstrava ser o grande ator que viria a ser», sublinhou.

A exposição é visitável de terça feira a domingo das 15:00 às 19:00 e deve estar aberta ao público até meados de 2011.

Quando sair do Espaço Memória, a mostra deverá ir para um centro comercial no Bairro do Junqueiro (Carvavelos), onde Feio tinha casa, disse fonte do TEC.

Nascido a 06 de dezembro de 1954, em Lourenço Marques (atual Maputo), António Feio morreu a 29 de julho, na Unidade de Cuidados Paliativos do Hospital da Luz, em Lisboa, onde entrara dois dias antes, vítima de cancro no pâncreas que lhe foi diagnosticado em março de 2009.
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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