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Nacional
Redação Lux  com Lusa em 2 de Março de 2010 às 17:43
Rosa Lobato Faria vai ser homenageada no cinema
O cineasta António Ferreira espera poder rodar no próximo ano uma nova longa metragem, uma adaptação do romance de Rosa Lobato Faria «A Trança de Inês», ou um guião inédito intitulado «Bela América».

Prestes a estrear no Fantasporto, quarta feira, «Embargo», uma adaptação do conto homónimo de José Saramago, e segunda longa metragem da sua carreira, confessou à agência Lusa que o formato de «curta» já «não se encaixa» no tipo de histórias que tem vontade de contar.

De «quatro ou cinco» projectos que tem aqueles dois são os que «estão mais bem encarreirados». «Bela América» começou a ser preparado há oito anos, após a estreia de «Esquece tudo o que te disse» (2002), a sua primeira longa-metragem, e «A Trança de Inês» está a ser concebido há dois anos.

«Um dos dois deverá ser o próximo filme», disse, admitindo que poderão vir a ser co-produções internacionais, para conseguir assegurar outras fontes de financiamento, e abrir horizontes à divulgação, como aconteceu com «Embargo», que deverá ter distribuição comercial simultânea em Portugal, Brasil e Espanha no próximo Verão.

Em «A Trança de Inês», um projecto sobre o qual conversara com a escritora (falecida a 2 de Fevereiro último), inspira-se no idílio de Pedro e Inês, mas a história é transposta para três épocas diferentes - aquela em que aconteceu, a actualidade e uma sociedade futurista não completamente identificada.

«Muita da magia do livro surge de vermos que a mesma história pode acontecer em três épocas completamente diferentes. Está muito bem escrita, com muita ironia, e com algum humor até, e foi isso que me atraiu imenso na obra da Rosa Lobato Faria», revelou.

«Bela América» é «um projecto um pouco diferente do que tenho feito, salienta. É uma comédia pura e dura, embora bastante negra», um guião original que criou em conjunto com César Silva, que partilhou consigo a escrita de «Esquece Tudo o que te disse», e Tiago Sousa, que escreveu «Embargo».

É a história do Lucas, um talhante, que vive num bairro modesto, numa zona antiga de uma cidade qualquer, que se apaixona por uma «super estrela de televisão».

«O que pretendo abordar neste filme é um pouco tentar cruzar dois mundos que à partida não se cruzariam. O de um indivíduo pobre, feio, com um emprego lastimável que vai tentar seduzir uma estrela de televisão, bonita, bem cheirosa, que vive num bairro de luxo», explica.

Talentoso cozinheiro, aproveita a ausência dela para se introduzir na sua casa e preparar-lhe «jantares espectaculares e sedutores». Envolvida nesse mistério «vai-se interessar por aquela personagem que nunca viu, mas que a trata com este amor através da comida».

Ambos os filmes deverão ser rodados em Coimbra, a cidade de António Ferreira, onde consegue logo descobrir os «décors» para cada cena. Como Inês de Castro era galega, deverá ser espanhola a actriz protagonista de «A Trança de Inês».

«Embargo», que esta semana é apresentada em ante estreia no Fantasporto, está a ser apresentada aos programadores dos mais importantes festivais internacionais, de Cannes, Locarno, Veneza e Rio de Janeiro, entre outros.

Nascido em Coimbra em 1970, António Ferreira foi programador informático até 1990, quando se mudou para Paris. Em 1994, ingressou na Escola Superior de Teatro e Cinema (ESTC) de Lisboa. Em 1996 foi estudar na Alemanha, na Academia de Cinema e Televisão de Berlim. Actualmente trabalha em Coimbra, onde fundou a produtora «ZED FILMES - CURTAS E LONGAS».
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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