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Mitos na alimentação e na nutrição: os açúcares (parte I)
Nutrição e hipertensão
Redação Lux  com por Catarina Roquette Durão em 20 de Fevereiro de 2010 às 16:04


A ciência da nutrição está frequentemente sujeita a interpretações desviadas da realidade que acabam por gerar mitos. Infelizmente, mais frequentemente do que seria desejável, a informação que chega ao consumidor não é a mais correcta, pois joga-se com os factos, simplificando-os, generalizando-os, criando mitos, confundindo mensagens e invertendo imagens.

Inúmeros mitos da alimentação e da nutrição têm tido origem na incorrecta ou incompleta mensagem que é transmitida e um desses mitos é «O Mito dos Açúcares».

Ao longo da história, os açúcares têm merecido inúmeras acusações. Foram acusados de provocar vício, doença cardiovascular, hiperactividade em crianças, comportamento criminoso em adultos e - a mais frequente acusação - obesidade. Algumas destas acusações não passam de especulações.

Não existe qualquer evidência científica de que o açúcar provoque hiperactividade ou comportamentos desviados em adultos. Quanto à possibilidade de poder provocar vício, o açúcar não o provoca no sentido biológico ou farmacológico.

A relação do açúcar com a doença cardiovascular é complexa. Alguns indivíduos respondem a uma alimentação rica em açúcar com o aumento dos níveis sanguíneos de lípidos (gorduras).

Contudo, a grande maioria das pessoas não apresenta este tipo de resposta ao açúcar. É pois demasiado simplista associar açúcar a doença cardiovascular, sendo muito importante destacar que esta patologia está associada a muitos factores alimentares (tipo de gordura da alimentação) e não alimentares (genética, o sedentarismo e tabagismo).

Quanto à obesidade, convém destacar que é uma doença demasiado séria e complexa para que se possa apontar um único responsável. Inúmeros factores estão relacionados com esta patologia, havendo uma componente genética e outras ambientais (alimentação e o estilo de vida).

A obesidade resulta - na grande maioria dos casos - de uma ingestão excessiva de energia (calorias) em relação à energia gasta na nossa actividade. É quase uma questão contabilística. Se ingerimos mais calorias do que necessitamos, o excesso será transformado em gordura, independentemente da proveniência desse excesso - gorduras, álcool, proteínas ou hidratos de carbono. Os açúcares não devem, pois, ser apontados como responsáveis - por si só - da obesidade.

Os açúcares são nutrientes, o que significa que são essenciais. Fazem parte de um grupo de nutrientes vulgarmente conhecido por hidratos de carbono, no qual se incluem inúmeros tipos de moléculas de diferente complexidade. Podemos classificar os hidratos de carbono em função dessa complexidade.
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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