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Psoríase
Dia Mundial da Psoríase 2010
Redação Lux  com Paulo Ferreira em 22 de Maio de 2010 às 09:02
Calcula-se que 2 a 3% da população portuguesa sofra de psoríase, isto é, cerca de 200 a 300 mil pessoas. Esta doença infl amatória tem evolução arrastada e crónica, e pode aparecer em qualquer idade. Pode envolver áreas extensas ou restritas da pele, assim como as unhas, o cabelo, as mucosas, ou associar-se a envolvimento articular e de outros órgãos e sistemas.

Nunca é demais escrever e informar sobre esta doença que interfere com a vida a vários níveis e que pode ter graves consequências como: cancro, doença vascular ou transtorno metabólico.

Os doentes com psoríase grave morrem 3 a 4 anos mais cedo. Apesar da sua prevalência é ainda pouco conhecida do público em geral, que, frequentemente, lhe atribui conotações negativas, julgando tratar-se de doença contagiosa. As lesões avermelhadas, descamativas e infiltradas (com relevo na superfície da pele) envolvem preferencialmente o couro cabeludo, cotovelos e joelhos. Nalguns doentes observa-se espessamento, alteração da cor e destruição das unhas, e em cerca de 1/3 dos casos ocorre inflamação de algumas articulações - sobretudo das mãos e pés, e por vezes da coluna vertebral -, ligamentos e tendões envolventes.

Os doentes com psoríase ligeira, com afecções em menos de 10% da superfície corporal, poderão ser tratados apenas com medicamentos tópicos, de aplicação directa nas lesões, enquanto aqueles com formas mais extensas, ou com localizações mais incapacitantes ou envolvimento de outros

orgãos além da pele, necessitam de tratamento sistémico (fármacos para administração por via oral ou injectáveis) e/ou fototerapia com radiação ultravioleta A ou B. É preciso ter presente que não tratamos apenas a psoríase, mas sim doentes com a doença, seres complexos e multissistémicos.

Estamos então a falar de uma doença crónica, que se pode tornar inestética e estigmatizante, com forte impacto psicológico e social, condicionando relações familiares, sociais e profissionais, e que pode estar na base de, ou associada a, outras patologias crónicas como: depressão e doença inflamatória intestinal ou cardiovascular.

Os doentes de psoríase têm ainda de lutar contra o custo elevado dos produtos de higiene e hidratação da pele, dos fármacos de aplicação tópica e outros para tratamento por via sistémica. É imperioso investir de forma sistemática e consistente na educação e na formação, na relação médico-doente e na capacidade de comunicar, não só com os doentes, mas igualmente com outros especialistas, com os meios de comunicação social e com os poderes instituídos.

Os doentes devem adoptar uma atitude activa, e não reactiva, face ao desconhecimento da doença e das suas características. Saliento ainda a necessidade de levar a cabo acções de formação em escolas secundárias, ensinar a combater a discriminação e chamar a atenção para o facto de em cerca de 20% dos casos a doença aparecer antes dos 16 anos de idade.

A PSOPortugal lançou, em Abril de 2009, uma petição, via Internet, com o objectivo de levar a discussão a plenário da Assembleia da República, e obter junto do SNS o reconhecimento da psoríase como doença crónica.

Finalmente, a 28 de Janeiro de 2010, foi conseguido esse desígnio: o projecto lei prevê a passagem da comparticipação dos medicamentos de uso exclusivo na psoríase do escalão C (37%) para o escalão A (95%, com isenção de taxas moderadoras). A partir de agora estes doentes passarão a ter melhores condições para assegurar um futuro mais digno.
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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