A Fundação Mata do Bussaco lamentou a destruição da tela da Sagrada Família, de Josefa de Óbidos, que terá sido consumida pelo incêndio ocorrido na noite de 24 de dezembro no Convento de Santa Cruz do Buçaco.

Em comunicado, a Fundação diz que o «incêndio que ocorreu na Capela da Sagrada Família (Convento de Santa Cruz do Buçaco) na noite de 24 de dezembro, provocou danos irreparáveis e destruiu por completo a tela da Sagrada Família, de Josefa de Óbidos», de 1664.

«A Fundação Mata do Buçaco lamenta a perda de uma obra única, num acontecimento imprevisível, estando já a desenvolver uma estratégia de recuperação do espaço e da memória», refere.

A nota de imprensa hoje distribuída diz igualmente que, após o sucedido, a Fundação «tomou todas as providências junto das autoridades e está já a desenvolver um plano de recuperação do local, apesar dos danos irreparáveis, sendo que a origem do mesmo poder-se-á dever a um curto-circuito na instalação elétrica. Neste momento, as investigações estão ainda a decorrer».

Além da tela de Josefa de Óbidos, os «estragos estendem-se também à estrutura retabular e paredes anexas que são, contudo, reparáveis».

Segundo a mesma nota, «a Sagrada Família pintada para os Carmelitas Descalços do Buçaco é um tema saído da experiência e maturidade artística de Josefa de Óbidos que seria retomado, em 1672, no painel retabular realizado para a série do extinto Convento de Carmelitas Descalças de Cascais. De um a outro vai a distância de um tratamento intimista de uma piedade controlada no Buçaco e de um sentido de maior teatralidade em Cascais».

Segundo a edição de hoje do Jornal de Notícias, a obra era referenciada como a de maior valor entre os quadros e arte sacra patentes no Convento de Santa Cruz do Buçaco (Mealhada) e estava avaliada em dezenas de milhares de euros.

Lusa