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Vitiligo
Michael Jackson
Redação Lux  com João Maia e Silva em 6 de Novembro de 2010 às 12:02
O vitiligo é uma discromia localizada ou difusa, caracterizada por manchas de despigmentação melânica bem delimitadas e com tendência para a simetria. Estas surgem em qualquer idade, embora com maior frequência no adulto jovem. As localizações mais frequentes são os contornos dos orifícios naturais, dorso das mãos, extremidades dos dedos e os locais submetidos a atrito prolongado (por exemplo, por peças de vestuário). A evolução do vitiligo é extremamente variável, quer quanto à idade, quer quanto ao número de lesões e à sua progressão. As lesões de vitiligo resultam da ausência parcial ou total dos melanócitos, células responsáveis pela produção de melanina.

A causa desta doença é ainda desconhecida, sendo a hipótese auto-imunitária aquela que reúne mais argumentos. Em cerca de um terço dos casos observa-se uma incidência familiar. É frequente a associação do vitiligo com doenças da tiróide, queda de cabelo localizada, diabetes e melanoma maligno. Por vezes, o vitiligo é confundido com outras doenças da pele. Estas são, geralmente, consequência de inflamação como no eczema atópico e na pitiríase alba, ou sucedem a infeções fúngicas como na pitiríase versicolor.

Até meados do século XX, o vitiligo foi uma dermatose com poucas possibilidades terapêuticas. Em 1947, Mofty usou pela primeira vez o 8-metoxipsoraleno, molécula purifi cada da planta Ammi majus, associada com a exposição solar. Mais tarde, o 8-MOP foi usado em associação com a radiação UVA artificial. Este tratamento, denominado de PUVA, é ainda amplamente utilizado no tratamento do vitiligo.

Simultaneamente, na década de 50, foi iniciado o tratamento com corticosteroides tópicos.

Estas abordagens terapêuticas constituíram a base do tratamento do vitiligo nas últimas décadas. Com o intuito de melhorar os resultados obtidos e minimizar os efeitos secundários, têm sido testadas outras moléculas como o 5-metoxipsoraleno, a fenilalanina, a kellin, o levamisole, a pseudocatalase e os extratos placentários. Todavia, as baixas taxas de eficácia, aliadas à incidência de efeitos secundários, têm determinado a não aprovação destas terapêuticas.

Recentemente, o tacrolimus e os derivados da vitamina D têm evidenciado eficácia no tratamento do vitiligo, tornando-se opções terapêuticas. Os enxertos autólogos de melanócitos são outra alternativa no tratamento do vitiligo.

Os enxertos por minigrafting, assim como a transplantação de melanócitos a partir de culturas in vitro, constituem fonte de melanócitos implantados nas lesões hipocrómicas de vitiligo. Como exposto, existe uma grande variedade de tratamentos do vitiligo. No entanto, a sua eficácia não ultrapassa habitualmente os 75% de repigmentação.

A clarificação dos seus mecanismos fisiopatológicos possibilitará o desenvolvimento de fármacos que frenem o processo de despigmentação, tornando o vitiligo uma doença potencialmente reversível.

A repigmentação poderá, então, ser mais facilmente alcançada através da combinação de métodos médicos e cirúrgicos.
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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