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Alergia ao sol
Mulher na praia
Redação em 8 de Setembro de 2009 às 11:56
Actualmente, a maioria das pessoas está ciente dos riscos da exposição solar no tocante ao cancro de pele. As campanhas de prevenção, desencadeadas por diversas organizações de dermatologistas, têm aumentado o nível de alerta dos portugueses para este assunto.

Menos conhecidas, mas cada vez mais frequentes, são as reacções adversas ao Sol. São provocadas, na grande maioria das vezes, pela radiação ultravioleta A (UVA). Os ultravioletas B (UVB) são os implicados no eritema e queimadura solar.

Estas reacções dão origem a um amplo grupo de doenças com causas variadas, por vezes mesmo desconhecidas. A mais frequente é a chamada erupção polimorfa ao Sol, que atinge, preferencialmente, os adultos jovens do sexo feminino. Embora possa ocorrer em qualquer raça e em qualquer tipo de pele, é mais frequente nas pessoas de pele mais clara. Nos casos típicos, as lesões cutâneas aparecem nos primeiros dias de exposição solar na praia.

No período de trinta minutos a algumas horas surgem lesões vermelhas de forma irregular, que posteriormente adquirem volume e se acompanham de comichão. As lesões são simétricas, sendo o decote o local mais frequentemente atingido.

Segue-se a parte lateral da face e pescoço, os braços e dorso das mãos. Mantendo-se a exposição solar há natural tendência para melhoria.

As formas moderadas da doença são geralmente fáceis de controlar evitando a exposição solar, nas horas de maior intensidade de radiação ultravioleta e com a aplicação regular de fotoprotector. Há que acautelar que este tenha alta protecção para os UVA.

Caso não haja resposta, adiciona-se a toma de anti-histamínicos e fotoprotectores sistémicos. Nos casos de maior sensibilidade, sobretudo se há exposição solar na zona dos trópicos, o uso de antimaláricos como a hidroxicloroquina revela-se de grande utilidade.

Também é possível tentar promover a dessensibilização, através de exposição repetida a doses gradualmente crescentes de ultravioletas, em cabines de tratamento dermatológico.

A urticária solar, que pode ser confundida com a erupção polimorfa ao Sol, é muito menos frequente. De modo característico, as lesões aparecem ao fi m de poucos minutos de exposição e resolvem-se, entre uma a duas horas, evitando o Sol. Os anti-histamínicos são a medicação

de primeira linha. Os protectores solares são pouco efi cazes porque a própria luz visível tem responsabilidade no aparecimento desta doença.

Há ainda a considerar as reacções fototóxicas. Estas resultam de reacção entre o Sol e determinado produto que, aplicado na pele ou ingerido, desencadeia reacção semelhante a queimadura solar. As mais frequentes relacionam-se com o uso de perfumes, aftershaves e óleos cosméticos. O sumo de limão ou de outros citrinos é também frequentemente implicado. O mesmo sucede após o contacto da pele com certas plantas. As lesões são muitas vezes bizarras, principalmente se a substância responsável escorreu pela pele do doente.

Certos medicamentos como alguns antibióticos e anti-inflamatórios podem, nas pessoas com a susceptibilidade adequada, causar fotodermatoses.

Em doenças como lupus eritematoso ou, mais raramente, as porfírias, a sensibilidade ao Sol é potenciada. Como tal, a abordagem de um doente com fotossensibilidade pode obrigar a um estudo de saúde geral e determinar o recurso a exames complementares.

Isabel Cochon Santos
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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