Perto de duas mil pessoas, a maioria doentes oncológicos e mulheres, ligaram em 2012 para a Linha Cancro, um serviço de apoio ao doente, familiares e amigos, segundo dados da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC).

A Linha Cancro, que completa cinco anos na segunda-feira, Dia Mundial Contra o Cancro, recebeu 1.986 chamadas no ano passado, tendo sido maio o mês que registou a maior procura do serviço, representando cerca de 11% das chamadas realizadas, de acordo com os dados enviados à agência Lusa.

O serviço disponibilizado pela LPCC, com o apoio do Ministério da Saúde desde 2011, também presta informação através do correio eletrónico linhacancro@ligacontracancro.pt, tendo respondido a 841 e-mail no ano passado.

Em 2012, voltou a verificar-se que a maior parte dos utilizadores (64%) são os doentes e que quem mais liga são as mulheres (70%), mas o serviço também é procurado pelo «público em geral e profissionais de saúde».

O distrito com maior número de chamadas é o de Lisboa (38%), seguido do Porto (24%).

A procura de informação sobre cancro da mama é a mais realizada (27%), seguida da informação sobre o cancro colorretal, estômago e próstata.

As chamadas mais frequentes relacionam-se com pedidos de informação sobre os direitos gerais do doente oncológico, nomeadamente questões relacionadas com atestados médicos de incapacidade multiusos, juntas médicas, benefícios ao nível do IRS, crédito à habitação e arrendamento e o pagamento de taxas moderadoras.

Há ainda vários pedidos de apoio social, relacionados com cuidados de higiene e de enfermagem domiciliários, e outros referentes a dificuldades económicas, nomeadamente os apoios que estão disponíveis e onde se podem requerer.

A Linha Cancro também é procurada para obter informações sobre ações de rastreio, compra de materiais ortopédicos/próteses, e pedidos de contactos de hospitais e de encaminhamento para associações de apoio a doentes oncológicos.

A Linha Cancro (808 255 255) funciona de segunda a sexta-feira, entre as 09:00 e as 18:00, sendo os contactos recebidos por enfermeiros e psicólogos especializados em oncologia, que disponibilizam informação em três áreas de intervenção: social, psicológico e jurídico.

Segundo os Indicadores Sociais, divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística, em 2011 morreram 25.593 doentes oncológicos, contra os 24.982 em 2010, tendência crescente que se verifica desde 2007.

Os dados atuais indicam que a incidência do cancro tende a aumentar a nível mundial, estimando-se que o número de casos de cancro e de mortes relacionadas venha a duplicar nos próximos 20 a 40 anos.

«Simultaneamente, sabe-se que cerca de um terço dos casos de cancro poderiam ser evitados», refere a LPCC, alertando para a importância do Dia Mundial do Cancro para promover «uma maior consciencialização e educação sobre cancro que pode levar a mudanças positivas a nível individual, comunitário e político e melhorar o tratamento de cancro».

Lusa