PUB
PUB
Notícias
E não pode ficar de castigo?
Rapaz
Redação Lux em 29 de Setembro de 2009 às 08:44
Por vezes, a única forma de conseguir que os nossos filhos se comportem como queremos e achamos mais adequado é colocando-os de castigo. Isto significa que, durante algum tempo, a criança fica sozinha num local escolhido pelos pais, tendo tempo para se acalmar e pensar um pouco nas razões de ali estar.

Mas se isto parece relativamente simples, muitos pais podem testemunhar mil e uma peripécias que os levaram à beira de um ataque de nervos quando tentaram colocar uma criança de castigo. Sabem porquê? Porque pôr de castigo não é fácil, é uma arte. E, como tal, tem os seus segredos para que seja bem-sucedida.

Tudo começa por, face a um comportamento inadequado, avisar a criança de que, se o repetir, ou não parar, vai ficar de castigo. Este aviso tem de ser dado com uma voz firme e calma.

Nada de gritos ou irritação, pois isto só distrai a criança da mensagem que queremos transmitir. Se o comportamento se mantém, chega a altura de anunciar que deve ir para o castigo.

E dizer apenas uma vez. Nada de avisos, nada de «ameaçar» com o castigo, nada de negociações. Quando chega a altura, é para ser cumprido.Onde? Qualquer divisão da casa serve, desde que seja tranquila e não seja perigosa. Pode ser no quarto dos pais ou no hall. Pode até ser no quarto da criança, desde que este não seja uma central multimédia.

Não esquecer que o objectivo é, durante algum tempo, separar a criança das coisas que considera boas. Evitar a casa de banho ou a cozinha, que podem conter alguns perigos.

Por vezes, a criança resiste e é necessário «escoltá-la» até ao local seleccionado. Faça-o sem sermões, discussões ou irritações. Calma e tranquilamente, leve-o pela mão, mesmo que esperneie. E ignore os inevitáveis gritos, protestos e ameaças. Especialmente ignore o «não me importo», que significa exactamente o oposto.

Uma vez no local, deixe-a sozinha, em regra um minuto por cada ano de vida da criança. Este tempo pode ser maior se a falta foi grave ou repetida. A criança não tem, necessariamente, de ficar sem fazer nada. Pode ler, desenhar ou fazer alguma actividade calma, se quiser. E se ela não fica no local?

Se é muito pequena, pode ter de ficar sentado com a criança ao colo. Mas tem de ser como uma estátua. Nada de conversas. Nas crianças mais velhas, pode ser necessário fechar a porta (sim, se for preciso à chave) para que o tempo seja cumprido.

Passado o tempo determinado, e se a criança está sossegada, anunciar o fim do castigo. Não a deixar mais tempo no local só porque entretanto se distraiu com alguma coisa. A única excepção é se tiver adormecido.

Mas, por outro lado, se ela disser que quer continuar no local, deixar estar e ir-se embora. Não alimente um mártir.

Terminado o castigo, tudo volta ao normal. Mais uma vez, não ceda à tentação de sermões, atenções ou mimos suplementares. Simplesmente, actue como se nada se tivesse passado.

A conversa pode ter lugar mais tarde e apenas se a criança ainda é pequena ou se a falta foi especialmente grave. Nos outros casos é desnecessária. Colocar de castigo, se bem feito, leva ao fim do mau comportamento e permite à criança restaurar o autocontrolo.

É uma medida eficaz principalmente a longo prazo. Por isso mesmo, pode e deve ser usada as vezes necessárias. Mas não invente e faça as coisas como devem ser feitas, se quer que a criança o leve a sério.

João Cabral

por Paulo Oom

Pediatra

da Clínica

Gerações

Tel. 21 358 39 10
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
Comentários

PUB
pub
PUB
Outros títulos desta secção