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Crianças
Violência sexual sobre as crianças em debate no Dia Europeu da Vítima de Crime
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Redação Lux em 22 de Fevereiro de 2013 às 09:56
A violência sexual sobre as crianças vai estar em debate, esta sexta-feira, num seminário promovido pela Associação Portuguesa à Vítima (APAV), que registou, em 2012, 81 vítimas, a grande maioria raparigas.

Em 2012, recorreram aos serviços da APAV 546 vítimas de violência e crimes sexuais, das quais 81 eram crianças e jovens, mas de metade (55,6%) com idades entre os 11 e os 17 anos, refere a associação, que promove o debate no Dia Europeu da Vítima de Crime.

Das 81 vítimas, 78 por cento eram raparigas, o que se prende com «a vulnerabilidade e as características da vítima», mas também pelo facto dos agressores, a grande maioria homens, terem «interesses que se prendem mais com o facto de as vítimas serem do sexo feminino», disse à agência Lusa Daniel Cotrim, da APAV.

Segundo o psicólogo, na maioria dos casos o agressor mantém uma relação de parentesco com as vítimas.

Há duas décadas que a APAV assinala o Dia Europeu da Vítima de Crime. Este ano decidiu dedicá-lo às crianças e jovens alvo de violência sexual, uma problemática «sobre a qual ainda muito tem de se dizer e, sobretudo, muito tem de se fazer a nível da intervenção», disse.

«Muitas vezes fala-se de forma errada do crime de violência sexual sobre crianças e jovens. Muitas vezes dizem-se coisas que não estão completamente certas, apoiadas nalguns pareceres e opiniões do senso comum e nos estereótipos que estão muito associados», acrescentou Daniel Cotrim.

O psicólogo explicou que a violência sexual sobre as crianças e jovens pode revestir-se das mais variadas formas, desde o contacto sexual, até à utilização de vocabulário impróprio com cariz sexual ou obrigar a assistir a pornografia.

A APAV refere que há vários sinais de alerta que poderão facilitar a detecção da situação de violência, como problemas na saúde sexual e reprodutiva, expressão de afeto de forma sexual, linguagem sexual precoce, comportamento sexual inadequado para a idade, envolvimento na prostituição, preocupação constante acerca do tema da sexualidade e comportamentos bizarros.

Daniel Cotrim adiantou que o facto do tema da violência sexual já fazer parte das conversas das pessoas contribuiu para um maior número de denúncias deste tipo de vitimação.

«As pessoas têm maior consciência de que este tipo de situações são crime e não um problema das famílias ou de relacionamento entre os pais e os filhos», justificou.

Em 2012 a APAV registou um total de 20.311 crimes, que se traduziram em 12.084 processos de apoio e em 22.747 atendimentos aos seus utentes.

A associação prestou «algum tipo de apoio» a cerca de 23.500 pessoas, entre vítimas diretas (8.945), indiretas, seus familiares e amigos.

LUSA
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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