As autoridades espanholas concluíram hoje a identificação de 67 das 80 vítimas mortais do acidente ferroviário de Santiago de Compostela e nenhuma delas era de nacionalidade portuguesa, indicou à Lusa fonte do Tribunal Superior de Justiça da Galiza.
"Entre as 67 vítimas mortais que identificamos não há nenhum cidadão português", garantiu a mesma fonte.
Os restantes 13 cadáveres, acrescentou, só serão identificados nos próximos "dois a três dias", através de exames de ADN.
O processo de identificação das vítimas mortais provocadas por este acidente, já classificado como o mais grave dos últimos 70 anos em Espanha, está a ser coordenado pelo Tribunal Superior de Justiça da Galiza.
"Os corpos das vítimas ainda por identificar encontram-se em muito mau estado e o seu reconhecimento só será possível com exames periciais, através de ADN", disse ainda a fonte, daquele tribunal.
O acidente ocorreu na quarta-feira às 20:45 locais (19:45 em Lisboa) quando o comboio de alta velocidade, que fazia a ligação entre Madrid e Ferrol com quase 250 passageiros a bordo, descarrilou a três quilómetros de Santiago de Compostela, tendo-se registado, em seguida, uma explosão numa das carruagens.
Pelo menos 80 pessoas morreram e 178 foram assistidas em diferentes hospitais da capital da Galiza na sequência deste acidente.
Durante a tarde de hoje, 95 feridos ainda estavam internados, dos quais 32 adultos e quatro crianças em estado crítico.
O excesso de velocidade, que segundo alguns relatos publicados na imprensa espanhola poderá ter ultrapassado o dobro do limite de 80 quilómetros por hora imposto naquele troço, terá estado na origem do acidente.
O maquinista deverá ser ouvido nas próximas horas por um juiz.
Contudo, o registo das comunicações rádio, citado em Espanha por vários órgãos de comunicação social, aponta no sentido de o próprio maquinista ter admitido que estaria a circular com excesso de velocidade naquele local - que é de circulação mista - poucos quilómetros após sair do troço de alta velocidade.
LUSA