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Nacional
Redação Lux em 24 de Dezembro de 2012 às 14:27
Português «coordenador da ONU» pode ser impostor
Redação Lux em 24 de Dezembro de 2012 às 14:27
Pode ser uma das maiores burlas ao jornalismo. As Nações Unidas não conhecem o homem que se diz coordenador de um programa da ONU para o desenvolvimento (PNUD) e que tem vindo a ser entrevistado por diversos media como tal.

Chama-se Artur Baptista da Silva e a tentou sem sucesso falar com o suspeito de burla.

Dizia que coordenava uma equipa internacional de sete economistas num observatório que a ONU estava a criar para o sul da Europa e que teria sede em Lisboa. Falava em nome das Nações Unidas e assegurava que estavam muito preocupados com o que a crise e as medidas de austeridade poderiam trazer a países como Portugal.

Reuniu com forças políticas e sindicais e, depois de uma conferência no Grémio Literário, em que foi apresentado pelo American Club, seguiram-se entrevistas a vários órgãos de informação.

Depois de ser entrevistado pela TVI no dia 10 de dezembro, o seu currículo levantou dúvidas e a entrevista não foi difundida. Entregou em mão um cartão como coordenador do Programa para o Desenvolvimento das Nações Unidas, mas, contatado o PNUD, por email, recebido a 19 de dezembro, ninguém chamado Artur Baptista da Silva trabalha na ONU.

«De acordo com a nossa pesquisa interna podemos informar que nem o senhor Artur Baptista da Silva é um empregado do PNUD nem nós estamos a par de nenhum estudo dessa natureza conduzido pelo PNUD.»

O relatório que teria elaborado para ONU nunca foi apresentado à TVI embora tivesse sido pedido. Na altura da entrevista entregou apenas um estudo sobre crescimento e pobreza com que teria ganho o prémio Feelings da Unesco, que não existe.

O estudo entregue é um plágio de um outro que se encontra na Internet da autoria de Martin Ravallion.

Mas no seu currículo aparecem outras falsidades. A universidade americana onde diz ter tirado um doutoramento em economia social, a Milton Winsconsin University, não existe. O currículo dá-o também como deputado à constituinte e verifica-se que não o foi. Refere ainda que foi secretário de Estado do Comércio Interno. Ora, o ministro da altura, Basílio Horta, contactado pela TVI, nega-o. Na altura, o secretário de Estado era António Escanja Gonçalves.

O Diário de Notícias diz, nesta segunda-feira, que Artur Baptista da Silva esteve preso até 1993, condenado por várias penas de burla.



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Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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