Um elevador e dois lances de escadas íngremes permitem, a partir de sexta-feira (9), chegar ao miradouro no topo do Arco da Rua Augusta, para ver Lisboa até onde a vista alcança e o Tejo até à outra margem.
O acesso ao miradouro por elevador abriu agora, após sete meses de intervenções que adaptaram e limparam o Arco e também a recuperação da estátua de D. José I, no centro do Terreiro do Paço.
«Se é um sonho que qualquer um de nós tinha era o de um dia podermos chegar cá acima e alcançar daqui aquilo que a vista alcança sobre a baixa da cidade, sobre o Castelo, sobre o estuário do Tejo. É de facto uma vista lindíssima», disse o presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), António Costa, salientando que este é «mais um fator de revitalização da Baixa».
O presidente da câmara ¿ que se recandidata ao cargo - destacou que esta obra «culmina um trabalho que está a ser desenvolvido desde há seis anos» e que «começou com a construção do intercetor, com a alteração do trânsito e todo o arranjo público na praça do Terreiro do Paço, a consolidação do torreão poente, o pátio da Galé (¿)».
«É um percurso que temos vindo a fazer, e que está a ter continuidade, para poente através da intervenção na Ribeira das Naus e que para nascente vai ter continuação no Campo das Cebolas e depois com o Terminal de Cruzeiros até Santa Apolónia», destacou.
A Associação de Turismo de Lisboa concretizou o projeto de 950 mil euros, que espera recuperar «pelas receitas que o próprio monumento irá gerar nos próximos anos».
A subida ao Arco é possível diariamente entre as 09:00 e as 19:00, custa 2,5 euros e é gratuita para crianças até aos cinco anos.
«Esta opção por um preço baixo, apesar da oneração da carga fiscal, tem o objetivo claro de facilitar o usufruto desta nova atração pelos residentes de Lisboa e por todos os portugueses num contexto de baixo poder de compra como aquele que atravessamos neste momento, em vez de reservar este usufruto apenas para os turistas. É esta a nossa visão para o turismo, não queremos uma sociedade para os turistas e outra para os residentes», afirmou Mário machado, da ATL.
As visitas dependem das condicionantes do próprio monumento, que limitam a 35 o número de pessoas que podem subir ao mesmo tempo e impedem o acesso a pessoas com mobilidade reduzida.
Para celebrar a abertura do Arco, é realizado até 18 de agosto, o espetáculo multimédia «Arco de Luz», projetado no próprio arco, com sessões às 21:30, 22:30 e 23:30, da autoria de Nuno Maya e Carole Purnelle.
O Arco começou a edificar-se após o terramoto de 1755, numa versão que nunca chegou a ser concluída.
A versão final, do arquiteto Veríssimo José da Costa, começou ser construída em 1873 e foi concluída em 1875.
A Câmara Municipal de Lisboa e o Estado assinaram um memorando de entendimento a 20 de julho de 2012 para a intervenção de conservação e restauro do Arco.
O Arco da Rua Augusta e as áreas afetas ao elevador foram cedidos pelo estado à CML pelo prazo de 50 anos.
De acordo com uma nota do secretário de Estado da Cultura, «os encargos decorrentes do plano de conservação e restauro e da criação de acessibilidades, no valor de aproximadamente um milhão de euros, serão suportados pela exploração em percentagem de 30% para a Direção-Geral do Património Cultural e 70% para a Câmara Municipal de Lisboa», tendo o Estado, através da Direção-Geral do Património Cultural, contribuído «também para o esforço financeiro das obras necessárias à abertura ao público do Arco da Rua Augusta».
LUSA