Um ano depois do lançamento de “Veneza Pode Esperar”, Rita Ferro apresenta a continuação do seu diário intimista. ”Só se Morre Uma Vez - Diário 2” é o retrato da vida de uma mulher de 60 anos, das suas aprendizagens e angústias, da forma como lida com o envelhecimento e de como vive o amor...
O livro “Só Se Morre Uma Vez - Diário 2” foi apresentado no restaurante do El Corte Inglés, em Lisboa, perante uma plateia cheia de amigos e familiares da escritora, incluindo os dois filhos, Marta Gautier e Salvador Martinha, e o enteado, Miguel Martinha, que Rita Ferro trata como filho.
“Para mim, é facílimo escrever um diário. Não tenho a histeria do povo português que não diz quanto calça. Não estou a contar a história com os meus cavalheiros, e, mesmo que contasse, contaria com elegância. Isto é o meu dia a dia tanto físico como psíquico. É o dia a dia de uma mulher de 60 anos, pós-feminista, avó de sete netos”, explica a escritora.
Rita
Ferro deu também nas vistas por causa da sua elegância.
Dezasseis quilos mais magra,
a escritora garante que gosta mais do que vê ao espelho: “Em vez de fazer dieta, tratei da
cabeça. Tomei um pequeno
ansiolítico, porque estava muito histérica. Sinto-me muito melhor
assim“, disse.
O facto de ter emagrecido permitiu detetar um nódulo: “Há uns dias, senti um nódulo enorme debaixo de uma costela e pensei: ‘Pronto, vou morrer!’ Tinha uma amiga de medicina chinesa lá em casa e ela disse-me imediatamente: ‘É o pâncreas!’ Pensei: ‘São seis meses de vida, seis meses e meio para quem mereceu.’ A alegria de ir já ter com o Senhor não era assim tão extraordinária. (...) Fiz uma ecografia e o médico disse-me que tinha um dreno de plástico do tamanho de um cartucho de caça grossa dentro da barriga. Esqueceram-se dele numa das operações que fiz. Nunca alguém ficou tão contente por ter um cartucho na barriga! Como eu era um bocado mais gordinha, aquilo estava metido lá dentro e ninguém reparava. Agora que emagreci, já se vê!”, contou a escritora, com o seu habitual bom humor.