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Nacional
Redação Lux em 24 de Abril de 2012 às 23:22
Miguel Portas: «Perdemo-lo e não o esquecemos», diz Francisco Louçã
Redação Lux em 24 de Abril de 2012 às 23:22
O coordenador do BE, Francisco Louçã, destacou hoje a vida "intensa" de Miguel Portas e o seu percurso como jornalista e como político, elogiando a sua "energia" na defesa das suas convicções e vincando que não será esquecido.

O eurodeputado e fundador do BE, Miguel Portas, faleceu hoje por volta das 18:00 no Hospital ZNA Middelheim, em Antuérpia, vítima de doença prolongada.

"Viveu a vida intensamente e com gosto. Foi dirigente do Bloco e eurodeputado até ao último momento. Incentivou-nos da cama do hospital. Combinou a sua viagem que faltava, à Birmânia, e que nunca fará. Despediu-se dos filhos. Viveu connosco e nós vivemos com ele. Perdemo-lo e não o esquecemos. Um abraço, Miguel", refere Francisco Louçã, numa nota publicada no Facebook intitulada "Miguel".

Ao longo de seis parágrafos, o líder bloquista recorda a amizade de várias décadas com Miguel Portas e o percurso de vida do até hoje eurodeputado do BE, que conheceu no início da adolescência, com 13 anos, "sardento, louro, espigado, irrequieto", numa assembleia de estudantes no atual ISEG.

"Economista por empréstimo, foi sempre jornalista e político por vocação", considera Louçã, que assinala dois projetos de Miguel Portas nos anos 90, o jornal "Já" e a revista "Vida Mundial": "Com jornalistas, amigos, gente de talento e de vontade, inventou jornalismo, fez atualidade, lutou pelas ideias, convidou opiniões. Que falta que faz um jornal como esses".

O coordenador do BE enaltece a sua "profunda ligação ao Médio Oriente", que o levava "a interessar-se pela sua gastronomia, pelo cinema, pelas lendas, pelas histórias, pelos partidos, pelas guerras e pela paz", e os três livros que escreveu ("E o Resto é Paisagem" (2002), "No Labirinto" (2006) e "Périplo" (2006).

"Tomou posição. Arriscou-se. Falou com todos. Atravessou o Líbano debaixo de bombardeamentos israelitas. Defendeu energicamente o povo palestino. Juntou-se às vozes dos movimentos de paz em Israel", refere Louçã.

Neste texto, Louçã lembra ainda a cobertura que Miguel Portas fez da sua campanha eleitoral enquanto líder do PSR, em 1991, vários anos antes da fundação do BE: "Fez a cobertura da campanha eleitoral do PSR em 1991, e lembro-me de como se divertia com a minha ingenuidade sobre o que seria ser deputado. Tinha razão".

Lusa
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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