O ex-diretor de informação da RTP Nuno Santos disse hoje que vai processar Luís Marinho e Luís Castro, autores de "difamações" produzidas no Parlamento sobre o caso envolvendo a empresa pública e a PSP.
"Dei instruções aos meus advogados para processar os autores das difamações produzidas no Parlamento", referiu o jornalista no dia em que o ex-subdiretor de informação da RTP, Luís Castro, disse não ter qualquer dúvida de que Nuno Santos autorizou a ida da PSP à estação televisiva para autorizar o visionamento de imagens em bruto da manifestação de 14 de novembro.
Nuno Santos diz que Luís Castro é "um mentiroso, um miserável e uma pessoa desprovida de carácter" e acusa Luís Marinho, diretor-geral de conteúdos da RTP, de ser uma pessoa "sem um pingo de credibilidade que tentou, como seria evidente, tirar o assunto do terreno político que é onde ele está".
Luís Castro justificou perante os deputados ter concordado na cedência do seu gabinete para a visualização de imagens por parte da PSP por uma questão de "recato", mas disse sempre que não queria a polícia "a mexer no seu computador", pelo que requisitou um aparelho próprio (laptop) para visionamento das referidas imagens.
"Podia ter questionado o Diretor de Informação, mas não o fiz. Durante os 20 meses que fiz parte desta Direção de Informação, nunca [Nuno Santos] me deu qualquer motivo para questionar tomadas de decisão. Tomei como legitima a decisão comunicada pelo Diretor de Informação", clarificou aos deputados, referindo ainda considerar que "está por apurar que o visionamento daquelas imagens seja ilegal".
Luís Castro disse também ter-se feito acompanhar, nesta audição, de várias provas "que estarão disponíveis" para os deputados, entre as quais uma cronologia de 9 páginas dos acontecimentos entregue na entidade reguladora e no inquérito da RTP e 27 SMS certificados em cartório.
Na terça-feira, Luís Marinho rejeitou a acusação de Nuno Santos de que foi alvo de "saneamento político", lembrando que o ex-diretor de Informação garantiu à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) não lhe terem pedido a demissão.
Luís Marinho garantiu que nunca lhe foi "transmitido que houvesse algum problema ou pressão" do Governo sobre a DI ou "qualquer pressão ao DI pela administração", afirmou em declarações na comissão parlamentar para a Ética, Cidadania e Comunicação, onde foi ouvido sobre o caso da visualização pela PSP de imagens da estação pública da manifestação em frente ao Parlamento no passado dia 14 de novembro.
LUSA