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Crianças
Não achas que devias arrumar o quarto?
Paulo Oom(Lux)
Redação Lux  com Paulo Oom em 22 de Maio de 2011 às 12:01
O tema da arrumação é, para muitos de nós, um assunto cansativo. Todos gostamos de ter a casa

(minimamente) arrumada, incluindo as divisões mais «difíceis», como o quarto dos fi lhos. Por outro lado, queremos incutir-lhes a responsabilidade pela arrumação das suas coisas, ao mesmo tempo que procuramos respeitar o seu direito à independência e a tomarem algumas decisões por si mesmos.

Desta forma, perante a desarrumação no quarto dos filhos, temos basicamente três hipóteses:

Hipótese um: fechar a porta

Os pais que optam por esta atitude consideram que o quarto é a divisão da casa a cargo da criança. Tudo o que se passa para lá daquela porta é da responsabilidade dos fi lhos e não dos pais. Eles que se entendam no meio da confusão. O que estes pais pensam é que a arrumação não é um caso de vida ou de morte e não justifica qualquer guerra com os fi lhos que perturbe o bom ambiente familiar. A única coisa que pedem às crianças é que a porta do quarto esteja sempre fechada. «Longe da vista, longe do coração.» Noutros casos, não nos importamos com a desarrumação em geral, mas consideramos justo impor algumas regras básicas. Por exemplo, a roupa suja deve ser colocada no cesto próprio na casa de banho ou a comida não pode sair da cozinha. Desde que obedeçam a estes princípios, que consideramos fundamentais, tudo o resto é com eles. Mas para muitos de nós esta hipótese não funciona de todo. Ou porque consideramos inaceitável a desarrumação e, mais do que isso, a ordem e a arrumação são valores que consideramos importantes, que valorizamos e que queremos transmitir. Ou porque achamos que os fi lhos mais velhos devem dar o exemplo aos mais novos, pelo que todos têm de afinar pelo mesmo diapasão, e os quartos têm de estar todos arrumados. Ou ainda quando o quarto é partilhado por vários irmãos e, sendo um desarrumado, o outro não vive feliz na desarrumação. Quando é assim, fechar a porta não é solução.

Hipótese dois: limpeza semanal

Neste caso, a criança tem de combinar connosco um dia e uma hora para arrumar o quarto. Devemos também combinar previamente com ela o que consideramos um quarto arrumado, pois a nossa perspetiva sobre este assunto pode não coincidir exatamente com a perspetiva da criança. Nestes casos é fundamental não facilitar. À hora estipulada, o quarto deve ser arrumado, sem desculpas de última hora ou impedimentos imprevistos. Depois do quarto arrumado, a nossa vistoria deve ser rigorosa, tendo em conta o que foi acordado previamente com a criança. Se tudo estiver bem, devemos fazer um elogio e a criança ter a liberdade para fazer o que quiser a seguir. Caso algo não esteja como esperado, devemos chamar a atenção e deixar que a criança corrija o erro. Nas crianças mais velhas, quando já recebem mesada ou semanada, devemos estipular que parte desse dinheiro é merecido pela ajuda nas tarefas domésticas, incluindo arrumar o quarto. Sendo assim, podemos retirar à criança parte da mesada se determinada tarefa, considerada como de rotina, for constantemente ignorada. A mesada nunca deve ser entendida pela criança como um dado adquirido e pequenas tarefas da responsabilidade dos fi lhos que acabam por ser realizadas por nós devem ter como consequência uma redução no dinheiro a receberem.

Nas crianças mais pequenas, podemos usar estratégias complementares, como utilizar um cronómetro para que a criança saiba de quanto tempo dispõe para terminar a tarefa, ou construir uma tabela com vários itens, como rapidez, limpeza e arrumação, que a criança deve completar.

Hipótese três: limpeza diária

Esta solução, ideal para muitos pais, é a mais difícil de concretizar. É em tudo semelhante à anterior, mas a criança deve combinar connosco um período, ao fim do dia, em que se dedica à arrumação do quarto. Não podemos esperar a perfeição e temos de ser realistas. O ótimo é inimigo do bom. A escolha de uma destas três hipóteses tem a ver com a personalidade da criança e o temperamento dos pais.
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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