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Sobrevivência ao cancro do ovário
Cancro Ovários
Redação Lux em 18 de Julho de 2010 às 22:58
A detecção precoce e o tratamento adequado imediato levam ao prolongamento do tempo de vida. Quanto mais cedo for detectado, maior a probabilidade de cura do cancro. No caso do cancro do ovário cinco anos depois do diagnóstico, o índice de sobrevivência das mulheres com os tipos mais frequentes de cancro do ovário é de 15 por cento a 85 por cento. Esta margem tão ampla reflecte diferenças na agressividade de certos cancros e nas diversas respostas imunológicas face ao cancro entre as mulheres.

O tratamento do cancro do cancro do ovário consiste essencialmente na cirurgia que dependerá da extensão, do grau de disseminação e do grau de malignidade. Como complemento da cirurgia recorre-se, habitualmente, à quimioterapia, através da administração de medicamentos que destruam as células cancerosas, um procedimento muito eficaz tanto para a redução do tumor antes da intervenção cirúrgica como para a eliminação das células residuais após a operação.

Disponível actualmente no mercado português, a trabectedina é uma nova opção terapêutica, uma alternativa de segunda linha que atrasa a progressão da doença e permite um ganho em termos de sobrevivência de 6/7 meses.

«Esperamos que dentro de uns anos possamos poder usar a trabectedina das duas formas: em associação ou em monoterapia, pois actualmente está aprovada apenas como associação», disse António Casado, especialista de oncologia, aquando do lançamento oficial do produto em Portugal, sublinhando que é um medicamento que tem muito bons resultados, com pouca toxicidade, portanto muito bom.

Também Pedro Santabárbara, Director Médico de PharmaMar, empresa pertencente ao Grupo Zeltia, partilha da mesma opinião, salientando um ensaio feito nos EUA e publicado no Clinical Journal of Oncology, em 2005, cujos resultados terem apresentado uma taxa de resposta de 17 por cento.

«É uma boa alternativa na medida em que a sobrevivência das doentes pode ser aumentada com qualidade de vida e tornar o cancro do ovário uma doença crónica», afirmou Pedro Santabárbara, acrescentando que, «o medicamento não refere problemas de toxicidade orgânica ¿ pulmões ou sistema nervoso ¿ por isso pode ser administrado por longos períodos de tempo».

A resposta ao tratamento depende do grupo a que pertence a doente. De uma forma geral, diz António Casado, «é possível dividir as doentes nas refractárias, nas resistentes e nas quimio-sensíveis. As primeiras são as mais problemáticas, são um verdadeiro desafio porque não respondem à quimioterapia inicial; as resistentes são aquelas que de alguma forma responderam à terapêutica e melhoraram, mas os benefícios do tratamento dura muito pouco tempo, e em menos de seis meses têm recaídas; por fim temos as quimio-sensíveis, habitualmente com mau prognóstico, embora algumas podem viver anos, e por isso podem ser catalogadas de pacientes crónicas no sentido que podem conviver durante alguns anos com a doença. São doentes que podemos tratar em múltiplas ocasiões».

Estabilizar a doença ou aumentar a sobrevivência são dados importantes quando se fala de tratamento do cancro do vário. Para Pedro Santabárbara, «o objectivo clássico da medicina é alargar a sobrevivência, se possível sem sintomas, com a doença controlada e com a menor toxicidade possível». António Casado, considera que tão importante estabilizar a doença ¿ taxa de resposta ¿ quanto aumentar a sobrevivência, embora «se tivesse que optar por um só diria que a sobrevivência livre de progressão é muito importante».
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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