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Sair da cama durante a noite
sono
Redação Lux  com Paulo Oom em 17 de Julho de 2011 às 14:02
Para algumas crianças parece que se trata de uma rotina: todas as noites, saem da sua cama e voltam para a sala, onde estão os pais. Muitas vezes, isto acontece imediatamente depois de a criança se ter ido deitar. Surgem mil desculpas como «quero água», «quero leite», «tenho fome», «quero fazer chichi», «não lavei os dentes» ou «não preparei a mochila para amanhã».

A melhor estratégia é a prevenção. Se a criança pede sempre as mesmas coisas, o ideal é levá-la a fazer tudo o que já sabemos que vai pedir, antes de ir para a cama. Desta forma, podemos estar descansados de que a fome não será muita, a bexiga ainda estará vazia, os dentes estarão lavados e a mochila pronta. Com isto, a criança deixa de ter desculpas. Mas mesmo com esta medida, algumas crianças são muito teimosas e estão sempre a sair da cama, mesmo sem desculpa evidente. Não podemos ser muito transigentes neste aspeto, pois corremos o risco de a criança, com o tempo, deixar de respeitar a nossa vontade em relação a este assunto e achar que as regras que existem em nossa casa são, no mínimo, negociáveis.

O primeiro passo é explicar à criança, numa linguagem acessível à sua idade e ao seu grau de desenvolvimento, aquilo que esperamos dela: que depois da história e do beijinho de boa noite, é altura de ficar na cama e adormecer. Se mesmo assim a criança sai da cama, o que temos a fazer é dizer-lhe para voltar para a cama. Caso ela mostre alguma renitência, podemos mesmo ter de a ¿escoltar¿ de novo até ao quarto. É fundamental, nesta fase, não cair nos dois principais erros da disciplina, de que falámos atrás: nem muita emoção nem muita explicação. Há que falar com a criança com voz calma mas firme, sem gritar, não deixando transparecer a nossa frustração pelo seu comportamento inadequado ou a nossa irritação pela sua desobediência. Por outro lado, muitas explicações sobre a necessidade de voltar para a cama ou a importância do sono são normalmente interpretadas pela criança como estando a ¿implorar¿ para que se porte bem. Não podemos cair na tentação de pensar naquele ser como um adulto em miniatura, que apenas não se comporta bem porque não tem toda a informação necessária. Ele tem toda a informação necessária! Apenas está a ver se os pais são coerentes nas suas ações com aquilo que disseram.

O voltar a mandar para o quarto deve ser dito e feito as vezes necessárias. Se a cena se repete incessantemente, podemos ter de ficar de vigia junto à porta, se necessário pai e mãe, alternando turnos. É importante que a criança nos leve a sério. Nos casos mais renitentes, a criança deve ser avisada de que, da próxima vez que sair, vamos fechar a porta do quarto (depois de termos colocado no interior uma luz de presença) e não hesitar em fazê-lo se ela voltar a pisar o risco.

Quando a saída da cama é um problema frequente, esta técnica resolve sempre a situação. As primeiras noites são as piores, pois a criança vai querer testar até que ponto estamos a falar verdade, mas geralmente o problema fica resolvido em uma ou duas semanas.

E uma vez resolvido, valeu bem o esforço.

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Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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