Chamava-se Eugene Allen, o homem afro-americano que em 1952 foi contratado para lavar pratos, limpar pratas e lavar as casas de banho da Casa Branca. Mas o profissionalismo rapidamente o fez subir nas funções e acabou por chegar a mordomo principal da Casa Branca.
Quando entrou para a Casa Branca, Eugene nem tinha autorização para frequentar as mesmas casas-de-banho utilizadas pelos brancos devido à segregação racial vivida no estado natal da Virgínia.
Ao longo de 34 anos a trabalhar no interior da Casa Branca Allen viu Dwight Eisenhower lidar com os incidentes segregacioistas de Little Rock, assistiu ao assassínio de John F. Kennedy e viu Lyndon Johnson aprovar a lei que veio a garantiu os direitos cívicos dos negros.
Com o tempo, transformou-se em «maitre», a posição mais prestigiada entre os mordomos da Casa Branca, durante o governo de Ronald Reagan, o último presidente a quem serviu.
Eugene acabou por sair do anonimato em 2008 quando o «Washington Post» publicou uma série de reportagens sobre a história dos afro-americanos na Casa Branca e o incluiu nas histórias contadas.
Foi preciso Barack Obama chegar ao poder, a 20 de Janeiro de 2009, para que o mordomo, que esteve sempre na sombra, ocupasse um lugar especial na cerimónia de tomada de posse do novo Presidente americano.
Eugene Allen tinha perdido a mulher com quem fora casado durante 65 anos em Novembro de 2008 e foi após a reportagem do «Washington Post» que este mordomo conseguiu assistir à cerimónia de posse de um Presidente americano, desta vez, afro-americano.
Reformou-se em 1986. Eugene Allen morreu num hospital do estado de Maryland, aos 90 anos, devido a uma falência nos rins.
Veja
aqui algumas fotos do mordomo publicadas no site do Washington Post.