Galliano, que se tinha mantido em silêncio até agora, emitiu um comunicado divulgado, esta quarta-feira pelos advogados, onde entre outras explicações afirma que o racismo «não tem lugar na sociedade».

Leia, abaixo, o comunicado:

«Desde os acontecimentos da última quinta-feira à tarde estive impossibilitado de fazer qualquer comentário público sobre o que aconteceu, aconselhado pelo meu advogado francês. No entanto, perante a passividade da acusação francesa, vejo-me obrigado a falar».

Nego completamente as acusações feitas contra mim e tenho cooperado totalmente com a investigação policial.

Várias testemunhas independentes deram o seu testemunho e disseram à polícia que fui sujeito a assédio verbal e agredido, sem que o tenho provocado, quando um indivíduo tentou atingir-me com uma cadeira de forma violenta com base no meu visual e na minha roupa. Por estas razões abri um processo judicial por difamação e pelas ameaças que foram feitas contra mim.

Contudo, aceito totalmente que as acusações feitas contra mim tenham causado um enorme choque e perturbado as pessoas.

Tenho que assumir a responsabilidade das circunstâncias em que me encontro e por ter permitido a mim próprio ser visto a ter os piores comportamentos possíveis.

Só tenho de me culpar a mim próprio e sei que tenho de encarar os meus próprios falhanços e sei que tenho de trabalhar arduamente para ter a compreensão e a compaixão das pessoas. Para iniciar este processo vou procurar ajuda e espero encontrar as falhas que me levaram até estas circunstâncias e tentar merecer o perdão das pessoas.



Tenho lutado toda a vida contra o preconceito, intolerância e discriminação. Em todo o meu trabalho, a minha inspiração foi unir as pessoas de todas as raças, credos, religiões e sexualidades, celebrando a sua diversidade cultural e étnica através da moda. Isso continua a ser a luz que me guia.

Antissemitismo e racismo não têm lugar na nossa sociedade. Sem qualquer reserva peço desculpa se ofendi alguém com o meu comportamento.»

Entretanto as informações avançadas pela imprensa internacional adiantam que o ministério público francês vai mesmo levar John Galliano a tribunal. O processo acusa o designer de moda de «insultos públicos com base na origem, religião, afiliação, raça ou etnia», o que lhe pode valer uma pena máxima de seis meses de prisão.

Por outro lado, o diário «The New York Times» assegura que Galliano já saiu de França para entrar numa clínica de reabilitação.

Segundo o jornal o destino será o centro The Meadows, em Wickenberg, Arizona, onde Donatella Versace e Elton John também já foram submetidos a tratamento.

Veja, abaixo, algumas reacções: