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Nacional
Alta Costura por Filipa Guimarães: 'As novas regras de etiqueta sanitária'
Alta Costura na Lux por Filipa Guimarães, jornalista e escritora Foto: Carlos Ramos
Redação Lux em 16 de Julho de 2020 às 18:00

AS NOVAS REGRAS DE ETIQUETA SANITÁRIA por Filipa Guimarães

Passada a fase do “agora não há beijos nem abraços”, convinha que passassem a ser considerados socialmente reprováveis todos os comportamentos que pusessem em risco a nossa integridade e a nossa vida. A Covid-19 mandou às favas certas regras de etiqueta, mas parece que ainda não conseguiu entrar na rotina de muitas cabeças pensantes. Em relação àquelas, até acho melhor não termos de passar a vida a cumprimentar de beijo todas as pessoas que conhecemos e mais alguma. Pessoalmente, preferia só dar um beijo a quem me apetecesse. Digo um, pois ponho cremes e de vez em quando maquilho-me e não é nenhuma “delícia” ter que besuntar e ser besuntada por dá-cá-aquela-palha. É evidente que não sou um monstro antissocial nem uma alma fria. Pelo contrário, defendo que não existam tantas regras para as demonstrações de afeto, seja ele mais ou menos efusivo. Também sinto falta dos abraços que sumiram da minha coreografia relacional. Quando pudermos estar “oficialmente” seguros do maldito vírus, iremos ser agarrados por pessoas carentes? É esperar e ver. Até lá, temos de nos aguentar a uma “etiqueta sanitária”. Uma vez que ainda não apareceu nenhuma especialista nessa matéria, terá de ser a Direção-Geral de Saúde e o ministério da mesma a dizerem-nos o que fazer. Não, não vou pôr-me a dizer mal nem da Graça Freitas nem da Marta Temido, se é que ainda vão estar nos cargos que ocupam até que seja declarado (é este o termo?) o fim da pandemia. Não duvido um segundo que, tanto uma como outra, estão a fazer o que sabem e podem. O que me parece é que se não tiverem “ajudantes” vai ser mais difícil. Informações contraditórias? Claro que existiram. E vão continuar, se calhar, mesmo que venham outras pessoas. Esses e outros erros cuja responsabilidade só o tempo e a ciência podem ditar. E isso pode durar mesmo muito tempo. Convinha era responsabilizar todos (mas mesmo todos!) aqueles que todos os dias estragam o trabalho louco de muitos! Ninguém tem culpa do aparecimento do vírus, mas da sua propagação sim.

(Crónica publicada na Lux 1054 de 13 de julho)

 

 
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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