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Nacional
Evelise Moutinho  com Fotos: João Cabral em 3 de Julho de 2010 às 19:02
Longe da África do Sul, Filipa Sabrosa partilha a emoção do Mundial com os filhos
Filipa e Simão Sabrosa conheceram-se há quase 11 anos, através de amigos comuns, estão casados há quase oito e são pais de Mariana, de 9 anos, e Martim, de 6. Enquanto o pai defende as cores da Selecção Nacional, no Mundial 2010 na África do Sul, a mulher e os filhos do avançado português partilham à distância as emoções da competição.

Lux - Como é que foi assistir aos 7-0 contra a Coreia do Norte?

Filipa Sabrosa - Não posso dizer que tenha sido um jogo de nervos, porque acreditava que era só uma questão de marcarmos o primeiro golo e quebrarmos a barreira. Mas sete? Acho que ninguém estava à espera!

Lux - Sei que o Simão tinha prometido ao Martim que, se marcasse um golo, festejaria daquela maneira. Como é que ele reagiu quando viu o pai a dançar em campo?

F.S. - (risos) Ele viu o jogo no colégio e, quando fui buscá-lo, estava felicíssimo e disse-me logo: «Mamã, o papá fez como eu tinha dito.» E à noite, quando falou com o pai, disse-lhe logo o mesmo. Depois, o professor contou-me que ele esteve sempre a ver o jogo, o que nele é quase inédito.

Lux - Porquê? O Martim não liga muito a futebol?

F.S. - (risos) Agora já vai ligando mais, até por causa dos amigos do pai, mas não é miúdo para estar 90 minutos a ver um jogo. Mas estava com os amiguinhos da escola e acho que era mais o facto de estar a ver o pai e, sobretudo, de ver que ele cumpriu o que tinham combinado. Isso é mais importante para ele do que os sete golos de Portugal!

Lux - E a Mariana?

F.S. - (risos) A Mariana é mais como o pai, não é muito de extravasar emoções. Mas tenho a certeza de que ficou muito orgulhosa do pai e já vai gritando «Portugal».



Lux - Durante o ano vivem numa ponte aérea entre Lisboa e Madrid. Agora, o Simão está na África do Sul. Como é que eles têm gerido as saudades do pai?

F.S. - Se calhar, é mesmo por causa disso que este Mundial, a esse nível, está a ser muito difícil. A distância é muito grande! O Martim é muito seguro nos seus sentimentos, mas está cheio de saudades do pai, está sempre a perguntar quando é que ele volta, quando é que vamos de férias... A Mariana tem outra forma de reagir, está um pouco mais rabugenta, acha que tem mais liberdade... No fundo, os meus filhos também estão habituados a isto e são, sobretudo, crianças de afectos. Se estiverem seguras, se sentirem que os outros à volta estão felizes, eles também estão. Claro que há coisas muito práticas, como mostrarem alguma coisa que estão a fazer, ou o pai não poder estar presente numa festinha... Mas eles não conhecem outra realidade e o facto de o pai estar em Madrid não abala a estrutura sentimental que os envolve. Isto pode parecer um cliché, mas o mais importante de tudo é o tempo de qualidade que eles passam juntos, do qual acabam por desfrutar ainda mais e melhor.
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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