A comissão organizadora da visita de Bento XVI a Portugal, em Maio, vai criar duas páginas oficiais nas redes sociais do Facebook e do Twitter para que todos os passos do papa sejam acompanhados em tempo real.
O padre Edgar Clara, porta-voz do Patriarcado de Lisboa e membro da comissão organizadora, disse à agência Lusa que as páginas deverão estar operacionais na próxima terça feira e vão ser criadas através do
site oficial da visita.
«A nossa intenção é que as pessoas possam seguir através do facebook e do twitter tudo o que se está a passar», sublinhou. Como exemplo, referiu que serão colocadas de imediato nas duas páginas homílias, declarações do papa, locais que visitou e encontros oficiais.
Como a visita coincide com dias de trabalho, «as pessoas podem estar no trabalho e seguir a visita» através das redes sociais, sustentou.
Paralelamente, a igreja também apostou nos utilizadores do Twitter e em autores de blogues especializados para passar a informação. Segundo Edgar Clara, vão estar colocados em lugares «privilegiados» para poderem relatar «em tempo real o que se está a passar».
A estas duas páginas juntam-se outras duas oficiais criadas no Facebook há cerca de um mês: «Missa com o papa em Lisboa» e «Eu acredito», esta última dos jovens que vão estar nas missas que o papa celebrará no Terreiro do Paço e na peregrinação a Fátima.
Cerca de 2000 pessoas confirmaram já a sua presença na missa no Terreiro do Paço através da página «Missa com papa em Lisboa».
Através desta página, crentes, mas também não crentes, são ainda convidados a partilhar as suas opiniões e a manifestar a «alegria de receber» Bento XVI.
Edgar Clara disse que regularmente envia mensagens sobre todos os acontecimentos que envolvem a visita do papa para todas as pessoas inscritas na página do Facebook, mesmo aquelas que dizem que não vão à missa.
«Deixo ficar no Facebook os comentários das pessoas que dizem mal, que não vão à missa e que não gostam da igreja. É de salutar. É extremamente importante para a igreja que haja diálogo. Só eliminei dois contactos porque utilizavam uma linguagem inapropriada», sustentou.
Edgar Clara considerou que as redes sociais são «um meio poderosíssimo para fazer chegar a notícia»: «A nossa melhor forma em poder espalhar a notícia é utilizar todos os meios que estão ao nosso alcance. Não estar presente em todas as formas de comunicação lícitas para transmitir a mensagem seria uma perda enorme».
Existem ainda uma série de outras páginas nas redes sociais sobre a visita de Bento XVI a Portugal, entre 11 e 14 de Maio, consideradas «oficiosas».
A página no Facebook «Bem-vindo ao Porto» é um desses exemplos, que conta para já com 177 membros. Como um maior número de apoiantes, quase três mil, está a página «Bento XVI em Portugal», em que os seguidores lançam o apelo: «Vamos acolher Sua Santidade em terras lusas».
Do lado oposto, há no Facebook uma página contra a visita, em que os seus cerca de 500 membros passam a mensagem de que o «Papa Bento XVI ou Sr. Ratzinger não é bem-vindo a Portugal em Maio de 2010».
Mas a página que reúne mais fãs, cerca de 11 mil, é sobre uma acção de sensibilização para a luta contra a SIDA que prevê a distribuição gratuita de preservativos durante a visita.