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Nacional
Parques e palácios de Sintra dão trabalho a 92 reclusos em regime aberto
Palácio da Pena
Redação Lux  com Lusa em 23 de Junho de 2010 às 16:16
A Direcção-Geral dos Serviços Prisionais já colocou 92 reclusos em regime aberto a trabalhar nos espaços verdes dos parques e palácios de Sintra, num projeto que já empregou 18 antigos presidiários após cumprimento da pena de prisão.

A Parques de Sintra Monte da Lua, empresa que gere o património de Sintra classificado pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), e a Direcção-Geral dos Serviços Prisionais, renovaram hoje o protocolo que permite a colocação de reclusos nos parques e palácios de Sintra para realização de trabalhos a troco do salário mínimo nacional.

Este protocolo permite continuar um processo iniciado há três anos, no qual os reclusos têm trabalhado no Palácio da Pena, no Castelo dos Mouros, no Palácio Monserrate e no Convento dos Capuchos, nomeadamente nas áreas de limpeza de matas e caminhos florestais, trabalhos de jardinagem e manutenção de espaços verdes.

Desde 2007, já foram colocados 92 reclusos ao abrigo deste protocolo, tendo 18 deles, após cumprimento das respetivas penas, sido contratados e integrados nos quadros da Parques de Sintra Monte da Lua.

Segundo o diretor geral dos Serviços Prisionais, Rui Sá Gomes, este é um «trabalho com relevância social» a nível da formação, que tem contribuído para a reinserção na sociedade de reclusos em regime aberto.

«Permite a inclusão de gente que por qualquer motivo está presa e tem que cumprir pena. O tempo de reclusão pode e deve ser utilizado não apenas para ócio, para nada fazer, mas em formação e em trabalho efectivo», disse o responsável à agência Lusa, após a assinatura do protocolo, que decorreu no Palácio Monserrate.

Rui Gomes Sá adiantou que parte dos salários que os reclusos auferem são destinados, muitas das vezes, para indemnizações a vítimas dos crimes por si praticados, situação que, considera, «tem um efeito pedagógico muito grande«.

Segundo o responsável, a colocação de reclusos a trabalhar fora dos estabelecimentos prisionais não representa perigo de «fuga», e até ao momento, nenhum dos reclusos colocados em Sintra procurou evadir-se.

A formação é dada pela Parques de Sintra Monta da Lua, que insere os reclusos em equipas mistas de funcionários da empresa, e que em 2009 venceu o primeiro prémio da European Enterprise Award na área da inclusão.

Segundo o presidente da empresa, António Lamas, este prémio «mostra que o trabalho tem corrido bem», e que a Parques de Sintra Monte da Lua só tem a ganhar com a renovação deste protocolo.

«Ganhamos em várias frentes. São pessoas dedicadas e estão aqui com interesse redobrado, não só pela liberdade, mas estão a preparar-se para aquilo que irão fazer a seguir», disse.
Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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