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Internacional
Martinho da Vila festeja 45 anos de carreira em Portugal
Martinho da Vila nas Festas do Mar (Fotos: Rui M. Leal)
Redação Lux em 22 de Setembro de 2012 às 10:19
Martinho da Vila é um dos poucos artistas brasileiros que já vendeu mais de um milhão de discos e, aos 45 anos de carreira, afirma que o que grava é para ele e não a pensar no público.

O músico carioca, de 74 anos, um dos mais respeitados nomes do samba, está em Portugal para participar, no domingo, na abertura do Ano do Brasil em Portugal, com um espetáculo em Lisboa com mais músicos brasileiros e portugueses.

A presença em Portugal serve também para lançar na segunda-feira o álbum «4.5 atual», com o qual assinala 45 anos de carreira, regravando os temas do disco de estreia, intitulado «Martinho da Vila», de 1967.

Martinho da Vila considera que a carreira na música começou no dia em que participou no festival da Record, em 1967, onde interpretou o tema «Menina Moça». Tinha 30 anos.

A canção não chegou a integrar o disco de estreia - tal como a tinha interpretado no festival - porque foi censurada, mas Martinho da Vila regravou-a agora para o álbum «4.5 Atual».

«Há artistas que começam muito cedo e também acabam muito cedo [a carreira]. Há outros que começam mais tarde. Eu comecei tarde. Hoje com 30 anos, uma pessoa é jovem, mas naquele tempo não. Uma mulher de 40 anos praticamente não saía de casa, hoje é garotinha. Já estou com esses 45 anos de carreira. Tem muito pouco artista com isso, todos os anos ativo», disse em entrevista à agência Lusa.

Da discografia, que integra cerca de 40 álbuns, menos de metade é dedicada ao samba, mas são esses discos que se sobrepõem a tudo o resto que compôs: «Até tenho fado, mas esse primeiro disco atropelou tudo».

Foi com canções como «Casa de bamba», «O pequeno burguês» e «Quem é do mar não enjoa» - todos eles regravados agora para o disco novo - que Martinho da Vila conquistou notoriedade dentro do samba.

É o segundo sambista brasileiro a ultrapassar a fasquia de um milhão de exemplares vendidos com o álbum «Tá delícia, tá gostoso», editado em 1995.

«Eu gosto de ouvir os meus discos. Tenho uns colegas que dizem que não gostam de ouvir os discos. Eu já gosto, porque eu fiz aqui do jeito que eu gosto. Eu gravo para mim, eu não gravo para agradar o público. eu gravo para o meu gosto», sublinhou.

Martinho da Vila diz ainda que se sente português quando está em Portugal, para onde viaja com mais assiduidade do que que vai a certas regiões do Brasil.

«Há muitas mais coisas que unem portugueses e brasileiros do que se pensa. O chorinho e as serestas são quase fado», disse.

Por isso elogia a iniciativa Ano do Brasil em Portugal (e o Ano de Portugal no Brasil): «É muito bom porque os dois países vão-se conhecer mais. O que fica muito na cabeça do brasileiro médio é que música portuguesa é o fado, Amália Rodrigues, as cantoras tentam ser como ela. Tem outras músicas portuguesas, do folclore, que são muito boas. Isso precisa de ser mostrado lá».

Por isso o carioca defendeu que a falta de dinheiro não pode ser razão para não se investir mais no Brasil.

«A ideia que passa para o mundo é que Portugal está na bancarrota, mas não é verdade», disse.

E deu como exemplo o Brasil, no tempo da presidência de Inácio Lula da Silva.

«Lula mudou o Brasil, de há dez anos para cá mudou muito. Ele falava lá: 'Essa crise mundial não existe. Quanto mais a gente fala que está em crise, você vai ficando em crise; ia comprar uma coisa e já não compra, ia fazer uma festa para se alegrar e já não faz'. Ele botou esse pensamento que temos de gastar. E foi uma coisa importante», recordou o músico.

Lusa

Recorde alguns sucessos do cantor:





Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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