Os gastos da Casa Real Esapnhola não estão, ao contrário de outras monarquias europeais, sujeitos ao controlo do Tribunal de Contas nem são apresentados publicamente, como têm reclamado ao longo dos anos os partidos de esquerda.

No entanto, porque os tempos que se vivem são de crise e coincidindo com a investigação judicial sobre uma suposta apropiação de fundos públicos que envolve Iñaki Urdangarín, marido da infanta Cristina e genro do rei de Esapnha, uma nova política de transparência da Casa Real passa por apresentar publicamente contas do uso que o Palácio faz dos 8,43 milhões que recebe do Estado.

O secretário geral da Casa Real, Alfonso Sanz Portolés, apresentou o relatório que vai passar a estar disponível na página de internet da Casa Real.

O rei recebe 292.752 euros brutos por ano -140.519 euros de salário e 152.233 euros de gastos de representação distribuídos por 12 mensalidades e de onde são retidos 40% de impostos.

Felipe, príncipe das Astúrias e herdeiro da Coroa, recebe exatamente metade: 146.375,50 euros brutos por ano em doze mensalidade tributadas a 37%.

A rainha, a princesa Letizia e as infantas Elena e Cristina repartem 375.000 euros por ano, não tendo sido especificado quanto cabe a cada uma.

Os 814.128 euros de salários pagos à Família Real correspondem a 9,65% do total de 8,43 milhões de euros destinados à Casa Real.

A maior parte do orçamento destina-se a gastos com pessoal: 4.039.000 euros, que representam 47,89% do total.

Os restantes 38,83% correspondem a gastos correntes em bens e servíços.

Estas informações foram adiantadas pelo site da revista Hola!

Estes valores estão a levantar polémica quando contrastados com as retribuições das restantes instituições do Estado.

Segundo o jornal Cinco Dias, o presidente do governo, Mariano Rajoy, tem direito a 78.185 euros, o presidente do Tribunal Constitucional fica com 129.271 euros e o presidente do Tribunal de Contas recebe 112.271 euros.

Juan Carlos recebe assim quatro vezes mais que o chefe do governo.