O líder da direita italiana Silvio Berlusconi disse hoje que o governo «deve seguir em frente», quando é grande a tensão política após a sua condenação a uma pena de prisão pelo mais alto tribunal do país.

«Dissemo-lo de modo claro e direto, o governo deve seguir em frente», declarou diante de mais de um milhar de simpatizantes concentrados em frente à sua habitação em Roma para lhe manifestarem apoio na sequência da condenação, na quinta-feira.

Berlusconi adiantou que «o governo deve continuar a tomar medidas económicas e (¿) o parlamento deve continuar para votar estas medidas económicas».

A manifestação foi organizada pelo partido de Berlusconi, o Povo da Liberdade (PDL), sob o lema «Domingo na rua pela democracia e a liberdade».

No entanto, foi decidido que os ministros do PDL não participariam na concentração para não inflamar a delicada situação política em Itália e não prejudicar o governo de coligação entre a esquerda e a direita e liderado por Enrico Letta, do Partido Democrático.

«A vossa proximidade e o vosso carinho reconfortam-me depois de todas as dores e tristezas dos últimos dias», disse Berlusconi aos manifestantes no início da sua declaração de cerca de 15 minutos, segundo a agência France Presse.

Apesar do tom conciliatório em relação ao governo e à maioria que o sustem, Berlusconi não poupou as críticas à magistratura judicial que o condenou a um ano de prisão por fraude fiscal.

«Eu estou aqui, continuo aqui e não desisto e continuaremos todos juntos esta batalha pela democracia e a liberdade para que os cidadãos não tenham medo de irem para a cadeia sem terem cometido qualquer irregularidade», disse ainda.

Esta foi a primeira aparição pública de «Il Cavaliere» desde a sua condenação, a um mês de fazer 77 anos e cuja pena deve cumprir em casa.

LUSA