A jornalista Tristane Banon, que lança esta quinta-feira um livro sobre os motivos que a levaram a denunciar Dominique Strauss-Kahn por tentativa de violação, evitou citar o nome próprio do ex-diretor do FMI, em detrimento de palavras como «porco», «babuíno» ou «aquele que lhe roubou a vida».
Segundo a ag~encia EFE que cita a editora «Au Diable Vauvert», o livro intitulado («Le Bal des hypocrites» ou seja «O baile dos hipócritas») não é lançado com o intuito de «acertar contas», mas antes para explicar a razão que levou Tristane a apresentar queixa por agressão sexual nos tribunais.
A rede de televisão francesa BFM teve acesso a alguns excertos da obra com 128 páginas, nas quais a autora evita citar o político e economista francês de forma direta, utilizando os termos como «cochon» (porco) ou «homme babouin», comparando Strauss-Kahn a este género de primatas.
Outras pessoas que teriam traído Tristane também estão referenciadas no livro embora sem a publicação do nome próprio. É o caso do socialista François Hollande, que de acordo com a jornalista tinha conhecimento da suposta agressão e recomendou a denúncia, mas depois negou o envolvimento quando o escândalo rebentou.
O livro é escrito como uma espécie de diário em flashback. Começa em maio, quando o economista foi denunciado em Nova York por uma funcionária de hotel, e termina em julho, mês em que Tristane acusou Strauss-Kahn nos tribunais franceses.
Para Marion, o desabafo da escritora nos textos foi uma forma de «resistir à pressão».
A editora diz-se orgulhosa por ter sido escolhida para publicar o livro pelos «seus compromissos feministas».
«Ela não está encorajada pelo mercantilismo», disse Marion sobre a escritora ao jornal «L`Express». De acordo com a editora, Tristane pretende doar o lucro obtido com as vendas a algumas associações feministas.