Maria Barroso descobre a vontade de ser atriz e de representar. Aos 15 anos, consegue convencer o pai a deixá-la inscrever-se no curso de Arte Dramática do Conservatório Nacional com a condição de que continuaria a estudar. Assim fez, contra a vontade da mãe, que comungava do preconceito que existia contra os artistas na época. “A minha mãe chorou”, contou a antiga primeira dama no livro “Maria Barroso - Um Olhar Sobre a Vida”. Porém, a jovem Maria estava determinada a cumprir o seu sonho, nem que para isso tivesse de andar numa roda viva entre as aulas no liceu e as do Conservatório. Conseguiu, e estreou-se no teatro profissional em 21 de junho de 1944, com a peça “Sua Excelência, o Ladrão”. Tinha 19 anos. Em outubro do mesmo ano é contratada para o elenco da Companhia Rey Colaço-Robles Monteiro e começa também a frequentar o curso de Histórico-Filosóficas da Faculdades de Letras. Foi lá que, no ano seguinte, conheceu Mário Soares. A sua grande ambição era ser atriz, mas o sonho durou apenas quatro anos.
Apesar de ser considerada uma das grandes revelações e promessas do teatro, os seus recitais de poesia revolucionária incomodaram a ditadura e Maria Barroso foi afastada do Teatro Nacional e impedida de prosseguir a carreira de atriz. “Foi um desgosto. Senti que era uma injustiça”, contou na mesma biografia.O gosto pela representação e pela declamação acompanhou-a toda a vida. Sabia de cor os poemas que marcaram a sua juventude.
Recorde aqui Maria Barroso a declamar um poema de David Mourão Ferreira. Pode ver mais vídeos e reportagens excluivas tvi24
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